Venus!? O tanas!

O acadêmico cessou a sua marcha, abrupto, hirto e espantado. Era uma semidéia cachopa de ancas e largas e seios fartos. A sua alvíssima pele era luzidia e macia; tinha longuíssimos e escuros cabelos de Rapunzel, cujas pontas loiras fulgoravam com os raios de sol. A sua boca era aveludada e rosácea — Modéstia parte do narrador, compará-la a Venus, além de clichê, seria superestimar a deusa do amor —. Coxas grossas; mãos delicadas; gestos suaves; postura graciosa e maternal; um comportado vestido vermelho. Essas pinceladas compunham o quadro que da Vinci não pintou — provavelmente por falta de habilidade —. Ah! E o cheiro balsâmico de frutas vermelhas, já me ia esquecendo. E, claro, os grandes e redondos olhos escuros. Era Carolaine Gimenez de Pádua. Perdoe-me, o leitor, a confusão desta descrição, mas a beleza da donzela também confundiu o narrador.