Os Clássicos, meu filho! Os clássicos!

17-03-2023
E o velho brandia os braços pelo quarto, apontando o dedo ao ar com um ar sapiente e professoral, a bradar: “Os clássicos! Os clássicos! Leia os clássicos, meu filho! Os clássicos”. Não entendia muito bem o que ele queria dizer. Hoje entendo… lamento não ter aproveitado… Dele ficaram-me os clássicos. Edições luxuosas e encadernadas, com lombadas de couro, páginas boas e resistentes, um pouco amareladas. Rabiscos; anotações; sublinhas; comentários… Seus tão queridos cadernos de couro, a sua letra redondinha como as das professoras do ginásio… as setas e os pontos com os quais ordenava o seu raciocínio e que hoje não entendo bem. Ficou-me o meu velho nestas páginas; eternamente nos calhamaços que ele tanto amou…
Matosinhos - Porto
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