Eu e Eu

15-01-2023

Se alguém me perguntasse há exatos 5 meses como eu me imaginaria daqui 15 anos, com toda a certeza, eu prontamente responderia: “Casado, com doutorado em Língua Hebraica, lecionando no ensino secundário, com três ou quatro filhos, no interior de algum país da Europa”. Entretanto, se a mesma pergunta fosse feita para este Fabiano que vos escreve, eu diria: “Sozinho, algures no interior da Europa, com alguma profissão autônoma, como: carpinteiro, sapateiro, marceneiro, encanador, etc.; sem licenciatura, vivendo tranquilo em meio a natureza, escrevendo os meus versos, publicando as minhas meditações e críticas neste blog”.

Nada mais realista e satisfatório: uma vida bucólica, diletante e minimalista — de certa forma, até estoica e asceta, praticamente um ermitão—. Viver numa espécie de Condado, onde eu conheceria todos os habitantes e prestar-lhes-ia o meu serviço. Lá envelheceria, acumularia sabedoria, amizades, boas experiências e, talvez, escreveria, por fim, algum livro.

15/01/2023, Matosinhos.

P.S: Bem, Fabiano do passado, venho aqui escrever-te que tu agora estas noivado e prestes a casar-te com a mulher mais linda de todas, chama-se Carolaine e que logo será Carolaine Gimenez de Pádua. Além disso, vais abandonar a Ocidental Praia Lusitana e viajar para o interior de Minas Gerais, ao lado da casa da Maiara (parece que aquelas suas conversas de morar com as vaquinhas não eram tão irreais quanto pareciam). Ademais, não quero decepcionar-te, mas, se D-us quiser, vais ter muitos filhos, nesse momento, planejas quatro: Aurora, Arthur, Elizabeth e Mateus Josué (eu sei, esse nome é muito ruim! brigue com a sua futura esposa). Contudo, ainda o desejo mantém-se: uma vida bucólica, diletante e minimalista. Vais tirar leite da vaca, plantar, colher… Irônico, não? Parece que o meu velho Jacinto finalmente encontrou Tormes.

14/04/2023, Matosinhos.

Eu e Eu

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