Manhã de Domingo em Amarante
Este texto escrevi quando estava passeando em Amarante num final de semana na casa da irmã da minha melhor amiga, a Inês. Eu acordara num domingo bem cedinho e estava bem pensativo, fui à janela, contemplei a linda vista do apartamento dela e, logo em seguida, voltei ao sofá e pus-me a escrevinhar as linhas que se seguem.

Levantou-se; era domingo de manhã. Foi a arrastar-se em direção a janela; abriu-a. Estava ainda atordoado com vista turva, sentindo o coração pesar. Viu a bela vista da manhã de outono em Amarantes. Algumas quintas, limoeiros carregados; alguns pomares cheios; o doce cheiro da relva orvalhada; o céu ainda escuro; densa serração cobria os outeiros ao longe. O céu tencionava abrir-se. Sentia, porém, um vazio dominar o seu coração. Estava ali, só, a encarar a pensativa paisagem nortenha e provinciana que o fazia sentir-se menos jacíntico.