Análise de Berachot 1:1

BERACHOT 1:1: UMA ANÁLISE LITERÁRIA
RESUMO
O presente artigo presta-se a uma análise literária e retórica do introito do tratado de Berachot na Mishná, contextualizando o excerto dentro de seu contexto literário e utilizando os conceitos teóricos estabelecidos por Strack e Gunter (1996), além outros teóricos conceituados da literatura rabínica. Como uma das considerações finais, constato que o texto possui diversos traços de oralidade, além de uma estrutura construída propositalmente para ser memorizada.
Palavras-chave: Mishná, rabino, literatura, torá.
ABSTRACT
This article lends itself to a literary and rhetorical analysis of the opening of Berachot's treatise in the Mishnah, contextualizing the excerpt within its literary context and using the theoretical concepts established by Strack and Gunter (1996), as well as other renowned theorists of rabbinical literature . As one of the final considerations, I note that the text has several orality traits, in addition to a purposely built structure to be memorized.
Keywords: Mishna, rabbi, literature, torah.
1. INTRODUÇÃO
A literatura rabínica pode ser definida como produção literária confeccionada pelos discípulos dos sábios fariseus, os rabinos, que se estendeu de, aproximadamente, 70 EC até 1099 EC (queda do califado árabe).
Essa produção literária tem sido objeto de múltiplos estudos críticos dentro da academia, porém, pouco material se tem produzido acerca do tema nos países da lusofonia. Instigado por essa escassez, resolvi analisar com base nos novos métodos, conceitos teóricos e descobertas acadêmicas nas últimas décadas, o introito da principal produção rabínica: A Mishná.
Para lográ-lo, traduzirei o texto do seu respectivo original, em seguida, analisarei a sua estrutura, definirei o seu gênero literário, delimitarei e analisarei a sua estrutura externa, assim como a sua estrutura interna, analisarei as personagens presentes no excerto e definirei os textos bíblicos referenciados indiretamente (acompanhados de sua respectiva tradução). A seguir, dar-se-á a análise literária realmente subdivida de acordo com a estrutura interna já pré-determinada. Ao cabo, relatarei as considerações finais do processo de análise.
2. TEXTO E TRADUÇÃO
2.1 Texto
מֵאֵימָתַי קוֹרִין אֶת שְׁמַע בְּעַרְבִית. מִשָּׁעָה שֶׁהַכֹּהֲנִים נִכְנָסִים לֶאֱכֹל בִּתְרוּמָתָן, עַד סוֹף הָאַשְׁמוּרָה הָרִאשׁוֹנָה, דִּבְרֵי רַבִּי אֱלִיעֶזֶר. וַחֲכָמִים אוֹמְרִים, עַד חֲצוֹת. רַבָּן גַּמְלִיאֵל אוֹמֵר, עַד שֶׁיַּעֲלֶה עַמּוּד הַשָּׁחַר. מַעֲשֶׂה שֶׁבָּאוּ בָנָיו מִבֵּית הַמִּשְׁתֶּה, אָמְרוּ לוֹ, לֹא קָרִינוּ אֶת שְׁמַע. אָמַר לָהֶם, אִם לֹא עָלָה עַמּוּד הַשַּׁחַר, חַיָּבִין אַתֶּם לִקְרוֹת. וְלֹא זוֹ בִּלְבַד, אֶלָּא כָּל מַה שֶּׁאָמְרוּ חֲכָמִים עַד חֲצוֹת, מִצְוָתָן עַד שֶׁיַּעֲלֶה עַמּוּד הַשָּׁחַר. הֶקְטֵר חֲלָבִים וְאֵבָרִים, מִצְוָתָן עַד שֶׁיַּעֲלֶה עַמּוּד הַשָּׁחַר. וְכָל הַנֶּאֱכָלִים לְיוֹם אֶחָד, מִצְוָתָן עַד שֶׁיַּעֲלֶה עַמּוּד הַשָּׁחַר. אִם כֵּן, לָמָּה אָמְרוּ חֲכָמִים עַד חֲצוֹת, כְּדֵי לְהַרְחִיק אֶת הָאָדָם מִן הָעֲבֵרָה:
2.2 Tradução
Desde quando alguém recita o shemá da noite? Desde a hora que os sacerdotes entram para comer a sua terumá até o fim da primeira vigília, são palavras do rabino Eliézer. E os sábios disseram: até a meia-noite. Rambam Gamaliel disse: até o amanhecer. Aconteceu que vieram os seus filhos da taverna, e eles disseram-lhe: Não recitamos o shemá. Ele disse-lhes: Se ainda não amanheceu, vós estais obrigados a recitar. E não apenas isso, mas sim, tudo o que os sábios disseram: até a meia-noite; obrigados estão até que suba a alvorada. As gorduras e os membros estão obrigados a queimar sobre o altar até o amanhecer; e tudo aquilo que é comido ao primeiro dia, obrigado está até o amanhecer. Se é assim, por que disseram os sábios até a meia-noite? A fim de afastar o homem da transgressão.
3. ESTRUTURA FORMAL
Sendo o presente texto um excerto da Mishná, o mesmo pode ser classificado como literatura legal/jurídica-normativa , isto é, literatura judaica que se ocupa da transmissão e interpretação da Lei e do seu devido cumprimento.
4. GÊNERO
O texto de Ber 1:1 é claramente um texto haláchico , não só pelo seu conteúdo, que se dedica a discutir o devido cumprimento da mitzvah de rezar o shemá noturno, mas, também, por sua forma e estrutura interna.
5. ESTRUTURA EXTERNA
Esta mishná encontra-se na Mishná, Ordem Zeraim, Tratado de Berachot 1:1.
5.1 Mishná
A Mishná é um compêndio legal do judaísmo confeccionado no III século EC por Rabi Yehudá Hanasi, que compilou centenas de tradições orais judaicas. O seu texto é extremamente sintético com poucos detalhes literários, o que atesta a sua origem oral. Além disso, está dividida em seis grandes ordens (seder), que, especificamente, estão divididas em tratados (massaket), em média de 7 a 12 por ordem, que, por sua vez, estão divididas em capítulos (perek), que por sua vez estão divididos em parágrafos (mishnayot).
5.2 A ordem Zeraim
A primeira ordem da Mishná é Zeraim; dividida em 11 tratados que discorrem, sobretudo, acerca de temas agrícolas em geral, abrangendo temas como o direito dos pobres, oferendas, dízimos, etc.
5.3 O tratado de Berachot
Berachot é o primeiro tratado da ordem Zeraim, e por consequência da Mishná. O seu conteúdo é, entre todos os tratados desta ordem, o que menos se debruça acerca de questões agrícolas. Nele, discute-se acerca do ritual da oração do shemá, das bênçãos sobre alimentos e sobre a Amidá. O seu conteúdo extremamente religioso pode ser a justificativa para a sua posição privilegiada nesta ordem.
6. ESBOÇO DA ESTRUTURA INTERNA
1) Problema;
2) Justaposição/ Controvérsia:
A) voz oculta;
B) opinião de Eliezer;
C) sábios.
D) Rambam Gamaliel:
a) exempla/maaseh.
3) Decisão geral de todos os sábios:
A) fundamentação dos sábios;
B) explicação dos sábios.
8. PERSONAGENS
No texto de Berachot, há quatro personagens: Rabi Eliézer (T2) , Rambam Gamaliel (T1), seus filhos e os sábios. Todavia, focaremos nas duas mais relevantes para o presente estudo: Rabi Eliézer e Rambam Gamaliel.
8.1 Rabi Eliézer ben Hyrcanus
Rabi Eliézer bem Hyrcanus (T2), ou, como é comumente referido na Mishná, apenas Rabi Eliézer (tal qual acontece em Ber 1.1), foi um tanna que viveu entre o primeiro e segundo século EC na Palestina. Pertenceu ao grupo mais antigo da segunda geração dos chamados tanaítas. Filho de família levita, segundo a tradição judaica, foi discípulo de Rabi Yohanan ben Zakkai, de quem era muito admirador. Conhecido por sua excelente memória e por ser um ávido estudioso, foi um dos grandes nomes da sua geração.
Após o cerco de Jerusalém, acompanhou o seu mestre a Yavneh, onde mais tarde se tornou membro do sinédrio, até que finalmente se mudasse para Lydda a fim de estabelecer a sua própria academia.
Eliézer ben Hyrcanus era um tradicionalista conservador e seguidor da escola de Shammai, ao contrário de todos os outros estudiosos e nasiyim, que foram adeptos da escola de Hillel. Isto justifica a sua posição radical no início do texto de Berachot 1:1 “até o fim da primeira vigília”. Por ser adepto do pensamento de Shammai, originou diversos debates e disputas com os demais sábios de sua época, pois nunca renegava as tradições que lhe foram entregues para ceder a decisão da maioria dos sábios. Isto o fez ser banido e considerado herético para os demais sábios, segundo consta a tradição.
Entretanto, até a sua morte, foi um reconhecido sábio e proeminente justo de sua geração.
8.2 Rambam Gamaliel Hazaken
Rambam Gamaliel Hazaken (O Ancião), ou, como é muitas vezes referido (inclusive nesta mishnah de Ber 1:1), apenas Rambam Gamaliel (T1) , foi um tanna da primeira geração (10-90 D.E.C), além de membro do sinédrio e grande estudioso da Torá, adepto da escola de Hillel, cuja tradição afirma ser o seu avô, o que justifica a sua fala menos rígida e conservadora em Ber 1:1: “até o amanhecer”. É citado no livro de At 22:3 e 5:34-39, sendo mestre do apóstolo Paulo e reconhecido doutor da lei. Ademais, foi o primeiro sábio a receber o título de “Rambam”.
Assim, constatamos que Berachot 1:1 relata-nos um debate meramente ideológico, não presencial, pois, as suas duas principais figuras não são contemporâneas.
9. TEXTOS REFERENCIADOS INDIRETAMENTE
Uma das principais características do texto da Mishná é que, em sua dialética, nenhum texto bíblico é apresentado ou citado diretamente, mas sim, por meio de citações indiretas. No texto de Berachot 1:1, como já apresentado, são citados indiretamente três textos da Torá: Levitico 6:2, 7:15 e 22:7. Analisá-los-emos .
9.1 Levítico 6:2
9.1.1 Texto
Ordene a Aharon e aos seus filhos, dizendo: esta é a Lei da oferta de elevação. Ela, a oferta de elevação, permanecerá sobre a fornalha (que está) sobre o altar durante toda a noite até a manhã, e o fogo do altar manter-se-á acesso nele.
9.1.2 Referência indireta
Levítico 6:2 é referenciado indiretamente na seguinte sentença de Berachot 1:1: “As gorduras e os membros estão obrigados a queimar sobre o altar até o amanhecer” .
9.2 Levítico 7:15
9.2.1 Texto
E a carne do sacrifício de comunhão de ação de graças de sua paz, no dia do seu sacrifício, comer-se-á; não permanecerá nele até a manhã .
9.2.2 Referência indireta
Levítico 7:15 é referenciado indiretamente na seguinte sentença de Berachot 1:1: “E tudo aquilo que é comido ao primeiro dia, obrigados estão até o amanhecer” .
9.3 Levítico 22:7
9.3.1 Texto
E, ao se por o sol, ele ficará puro e, posteriormente, comerá das santidades, porque elas são o seu alimento .
9.3.2 Referência indireta
Levítico 22:7 é referenciado indiretamente na seguinte sentença de Berachot 1:1: “Da hora que os sacerdotes entram para comer a sua terumá” .
7. ANALISE DETALHADA
Berachot 1:1 possui a fórmula tradicional de Controvérsia (X disse… Y disse), mais especificamente, a fórmula Lemma, isto é: “(Problema) + X disse + Y disse”.
7.1 Analise formal da parte 1
Na primeira parte, somos apresentados ao problema que dá origem a discussão desta mishná, sendo introduzida pelo pronome interrogativo מֵאֵימָתַי “desde quando?”.
7.2 Analise formal da parte 2
Em seguida, na segunda parte, a voz oculta da mishná enuncia a resposta, sucedendo-se, depois, uma justaposição de opiniões dos sábios acerca do problema “até quando devemos recitar shemá noturno?”. A primeira delas de rabino Eliézer, que nos é apresentada na fórmula “cruzada”, ou seja, “(opinião haláchika) + palavras de (Nome do rabino) + Y disse”; a segunda opinião é enunciada pelos sábios; a terceira opinião é a de Rambam Gamaliel. Ademais, somos apresentados a um breve relato narrativo denominado maaseh/exempla, que é sempre introduzido pela palavra מַעֲשֶׂה "Sucedeu que”.
7.2.1 Análise formal da parte 2) A)
Surge, então, na mishná uma voz oculta que enuncia que devemos recitar o shemá noturno a partir do momento em que os sacerdotes entram para comer a sua terumá, aludindo assim ao texto bíblico. Tal alusão será melhor detalhada posteriormente.
7.2.1 Análise formal da parte 2) B)
A primeira das opiniões é a de Rabino Eliézer, que nos é introduzida pela fórmula “cruzada”, como já dito anteriormente, ou seja, “(opinião haláchika) + palavras de (Nome do rabino) + Y disse”.
7.2.2 Análise formal da parte 2) C)
A segunda opinião enunciada é a dos sábios continua a fórmula tradicional das controvérsias já apresentada outrora.
7.2.3 Análise formal da parte 2) D)
A segunda opinião enunciada é a de Rambam Gamaliel, que continua a fórmula tradicional das controvérsias.
7.2.3.1 Análise formal da parte 2) D) a)
Aqui, somos apresentados a um breve relato narrativo denominado maaseh/exempla, que é sempre introduzido pela palavra מַעֲשֶׂה "Sucedeu que”. Basicamente, estamos diante de um gênero legal onde se apresentam narrativas protagonizadas, normalmente, por sábios, cujo objetivo é servir de exemplo, ilustração, precedente legal ou contraste a algo que foi dito antes. Nestas narrativas, as informações biográficas, históricas, etc., são reduzidas ao máximo, para que a estrutura sintética com traços tipicamente orais não seja perdida.
A estrutura formal desta exempla é a seguinte:
I. Situação inicial: Os filhos de Rambam Gamaliel chegam do casamento;
II. Complicação: Eles ainda não recitaram o shemá noturno;
III. Clímax: O pai responde-lhes;
IV. Situação final/desfecho: Eles ainda podiam recitá-lo.
7.3. Análise formal da parte 3
Ao cabo, a totalidade dos sábios enuncia o veredito, isto é, que o shemá noturno deve ser rezado até a meia-noite, porém as pessoas só estão obrigadas a recitá-lo até o amanhecer. Contudo, antes, o autor da Mishná explica-nos que apesar dessa decisão ser diferente da exposta por Rambam Gamaliel, ele não discordava da opinião dos sábios. Isso é perceptível pela conjunção adversativa אֶלָּא que introduz a opinião dos sábios, além do substantivo כָּל que indica totalidade (a partir do fato de o texto não referenciar o mesmo acerca de Eliézer, podemos inferir que ele discordava totalmente da opinião da maioria dos eruditos, sendo assim, esse texto estaria em concordância com os seus aspectos biográficos contidos na tradição).
7.3.1 Análise formal da parte 3) A)
Os sábios fundamentam a obrigatoriedade de recitar o shemá noturno até o amanhecer citando indiretamente textos da Torá que ordenam que determinadas oferendas sejam consumidas até o amanhecer, da mesma forma, seria plausível pensar que com o shemá noturno tal princípio também seria aplicável. Segundo alguns críticos modernos, esse recurso argumentativo não passa de uma apologética retórica que apoia a autoridade da lei rabínica com base na lei escrita.
7.3.2 Análise formal da parte 3) B)
Ao cabo, a Mishná antecipa a pergunta que poderia ser feita pelo leitor mais atento, introduzindo a sentença com a seguinte questão: “se é assim, por quê?”, isto é, se todos os sábios estão em comum acordo que a obrigatoriedade perdura toda a noite até o amanhecer, porque, então, devemos recitá-lo até a meia-noite? A Mishná explica-nos a aparente contradição: “a fim de afastar o homem da transgressão”. Esta fala nada mais é do que a aplicação do princípio ético dos Homens da Grande Assembleia em Avot 1:1, ou seja: “façam uma cerca para a Torá” .
Adicionalmente, essa oração, “a fim de afastar o homem da transgressão”, é uma oração relativa modal, que nos é introduzida pela preposição כְּדֵי "a fim de”, que expressa desejo e não obrigação.
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em suma, Berachot 1:1 revela traços claros de origem oral e uma estrutura minuciosamente construída para que fosse decorada, vide a sua linguagem sintética e truncada, estrutura simples, sentenças curtas e a justaposição de opiniões rápida com poucos conectores.
Ademais, toda a discussão desenvolve-se acerca de um texto bíblico que nunca é citado, apenas aludido, realçando o caráter independente e paralelo desta tradição oral ao texto da Torá escrita.
Além disso, diversos outros textos são referenciados indiretamente com propósitos retóricos para fundamentar a opinião dos sábios, porém, nunca diretamente, demonstrando, novamente, o ponto anteriormente afirmado.
Outros recursos retóricos são usados, por exemplo, a narração maaseh, que nos serve de ilustração àquilo que fora anteriormente enunciado. Isso releva que, apesar de pouco floreio literário, o texto da Mishná releva um grande esmero retórico-argumentativo.
A disputa entre sábios de gerações diferentes e escolas distintas revela o pluralismo de ideias que caracteriza os debates da Mishná. Adicionalmente, o fato de os sábios pertencerem a gerações diversas demonstra-nos que estes debates não são, necessariamente, presenciais, isto é, a justaposição de opiniões não significa que os sábios arrazoaram pessoalmente, podendo ser apenas um simples contraste de ideias distintas que transpassaram gerações.
Ademais, o radicalismo de Rabbi Eliezer nesta mishná e a sua discordância com a totalidade dos sábios fundamenta a tradição de que pertenceria a escola de Rabi Shammai e, por relutar contra a maioria dos eruditos, fora expulso da comunidade.
As fórmulas para a introdução das opiniões rabínicas são padronizadas e simples, realçando o caráter básico e veloz da linguagem literária da Mishná.
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