A Crítica Racial de Lima Barreto

28-09-2024

por Fabiano Gimenez Junior 

Já há meses venho me debruçado sobre a obra de Lima Barreto, autor que vem sido politicamente citada pelos movimentos sociais da negritude, e esquecida pelos movimentos literários mais conservadores.
Comecei por ler e analisar calmamente seus três principais romances, seguidos por seus mais célebres contos, sempre minando ensaios, resenhas e críticas que me pudessem ampliar a minha visão e leitura da obra, enriquecendo-a.

Li a incrível biografia feita por Francisco Barbosa, as críticas de Carpeaux, os ensaios de Alfredo Bosi, a análise de Olavo de Carvalho, acumulando-as, sorvendo-as, meditando-lhes os conteúdos.

Porém, percebo que, quando me deparo com as críticas limabarretianas das últimas duas décadas, tudo o que se produz nas nossas universidades é reduzir a obra a simples manifesto afro-brasileiro. Perdendo as profundidades dos seus escritos , resumindo-os a simples relatos sociais de um jovem negro num Brasil pós-abolicionistas, à moda uspiana do sociólogo Florestan Fernandes.

Perdem de vista o principal da obra: a luta dos homens de letras bons, genuínos e honestos contra o meio vigarista, hipócrita e opressivamente burro da primeira república. As desilusões das grandes figuras ante a fatídica realidade dos primeiros anos do nosso novíssimo, mas já tão velho, regime político.


Ipuiúna, MG.

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