A alma mais honesta do Brasil

16-06-2023

AVISO PRÉVIO: Qualquer semelhança com alguma figura política contempôranea é mera coincidência. Faz o L.

           Mário Sales era um honesto deputado do Rio de Janeiro, quando este ainda era capital do Brasil. Homem integro que acumulara riqueza com suor e muito esforço, sem heranças ou parentes abastados, apenas recolhendo anéis, jóias e maços de contos de réis pelas ruas da velha capital. Por onde quer que passasse, ouvia-se os populares a ovacioná-lo com um grito de louvor: "Onde está a honestidade!?", e o deputado ao escutar sorria satisfeito como quem responde "Ei-la aqui!". Assim, seguia, orgulhoso de seu trabalho e de sua vida, subindo e descendo a velha cidade carioca com o seu autómovel Ford recém importado dos Estados Unidos da América. Recentemente, fora elogiado no jornal do Estado pelo seu benevolente trabalho, após promover um festival de caridade em nome de Rubião de Albuquerque, velho fidalgo que perdera toda a fortuna após um golpe de estelionato. Invejosos coligados a oposição acusaram-no de falsário, quezilando que Vossa Excelência fizera beneficiencia em nome de um defunto já há muito ausente. Farpas e calúnias! Todos sabem que sou a alma mais honesta desse páis! E de fato o era, até o presidente da Tribuna, que coincidentemente era co-partidário do Sr. Deputado aplaudira-o e levantara-se para comprovar a honra do nobre homem que via o seu nome manchado pelas ruas por alguns senhores mal intencionados. Ao cabo, estes opositores pagaram-lhe 3 contos de réis por calúnia e difamação. Ainda bem que a justiça impera neste país. Como tal ato de compaixão cristã poderia ser acusado de vigarice se o próprio Mário que o mandara anunciar nos jornais?

Matosinhos - Porto
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